A patologia da coloração alterada na lâmina do Hemograma

OLÁ PESSOAL DO LABORATÓRIO,

Como prometemos, fizemos este post especial, complementando a nossa publicação no Facebook, no dia 14/11/16, ilustrada pela foto em destaque neste artigo, onde 1.083 pessoas visualizaram e tenho certeza, que a maioria não tinha conhecimento destes detalhes do hemograma. Por isso achamos interessante repassar essas informações pra vocês.

Abaixo temos alguns trechos de livros renomados de Hematologia, para embasar teoricamente o nosso estudo. Lá embaixo deste post tem as referências bibliográficas dos mesmos, inclusive para quem queira aprofundar o estudo no assunto.

GAMOPATIAS MONOCLONAIS

“As Gamopatias Monoclonais são um grupo de doenças caracterizadas pela proliferação de um único clone de plasmócitos que produz uma proteína Monoclonal (M) homogênea.” 1

O Mieloma Múltiplo “é uma neoplasia hematológica caracterizada pela proliferação clonal de Plasmócitos malignos no microambiente da medula óssea associado ao surgimento de proteína monoclonal sérica e/ou urinária e presença de disfunção de órgãos-alvo.” 1

“O estágio avançado desta doença envolve uma anemia normocítica e normocrômica, frequentemente com uma neutropenia associada e trombocitopenia, refletindo no desenvolvimento de falha da medula óssea.” 2 (tradução nossa)

“A globulina aumentada no soro é frequentemente associada com um aumento da velocidade de hemossedimentação (VHS), e o sangue pode mostrar uma acentuada formação de rouleaux da série vermelha e aumento da coloração de fundo.” 2 (tradução nossa)

Como vocês podem ver, nos trechos citados acima, está resumida a resposta da nossa publicação no Facebook, no dia 14/11/16, ilustrada pela foto em destaque neste artigo.
Trata-se de um caso de Mieloma Múltiplo, onde no laboratório, suspeitamos logo de cara, quando encontramos uma lâmina com esta coloração “diferente” das demais. É importante salientar, que esta lâmina tem o mesmo padrão de esfregaço, não é mais espesso que os outros, foi submetida à mesma coloração das demais, no mesmo tempo, ou seja, seguindo uma padronização. E mesmo assim, ela toma uma tonalidade mais intensa, escura, visualmente diferenciada das outras.
E quando começamos a percorrer o esfregaço, outra característica que nos chama atenção, pra suspeitarmos ainda mais, é a presença de Rouleaux de hemácias(imagens). Esta observação é muito importante para o hematologista. Neste caso, que apresentamos para vocês, a paciente tinha apenas uma anemia a esclarecer, que vocês podem observar no laudo emitido pelo aparelho (imagens), sem alterações de série branca, nem de plaquetas.

Em outras ocasiões, aqui, já diagnosticamos alguns casos, somente por conta da observação do rouleaux, quando a enfermidade ainda estava bem no começo, sem alterações no sangue periférico. O rouleaux foi citado na observação do hemograma, e foi constatado através de eletroforese de proteínas. Sobre esta observação do rouleaux é preciso acrescentar que deve ser feita de forma criteriosa, nos espaços da lâmina onde não tenha sobreposição, pois se observarmos no meio do esfregaço, todas as lâminas apresentam empilhamento de hemácias. Mas no caso do rouleaux, observamos nos locais mais próximos à cauda do esfregaço, onde tem espaço suficiente para as hemácias ficarem espalhadas, mas mesmo assim, eles tendem a ficar empilhadas. Isso está associado ao aumento das globulinas, como cita “Hoffbrand & Pettit”.

Espero que tenhamos contribuído para o crescimento profissional de vocês, e até o nosso próximo encontro.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1) Zago, M. A., Falcão, R. P., Pasquini, R., Tratado de Hematologia, Editora Atheneu, 2014.

2) Hoffbrand, A. V., Pettit, J. E., Clinical Haematology, Sandoz Atlas, 2ª Edition, 1994.

 

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