Quem acha que hematologia é fácil?

Relato de Caso cedido pelo Colega Biomédico Guilherme Dienstmann

O Relato de Caso de hoje, vem de Santa Catarina, da Cidade de Joinville, onde um paciente de sexo masculino realizou este hemograma, e de acordo com a imagem logo abaixo, apresentou os seguintes valores do Equipamento de Hematologia:

Laudo do Equipamento de Hematologia

E após a breve visualização dos dados que o Equipamento nos forneceu, onde podemos ver que o paciente apresenta uma Leucocitose considerável, com anemia acentuada e uma trombocitopenia moderada, nós costumamos fazer uma pré-avaliação desse resultado do equipamento, o que na verdade é apenas um exercício onde levantamos possíveis hipóteses diagnósticas, que nos faz prever o que vamos encontrar na lâmina, e aí quando vemos a morfologia que o Caso nos revela, isso nos ajuda a concluir sumariamente do que se trata o Caso. Lógico, que sabemos e reforçamos que todo caso hematológico é concluído com outros exames complementares, como mielograma, imunofenotipagem e até outros mais complexos. Porém, esse exercício de raciocínio clínico e morfológico nos dá uma Visão Hematológica mais ampla e abrangente.

Em seguida ao iniciar a leitura da lâmina, o Colega Analista encontrou a celularidade que podemos ver nas imagens abaixo:

E como pudemos ver nas imagens da lâmina, o Analista Clínico começou a observar alterações morfológicas nos Granulócitos, como assincronismo maturativo, policromasia, eritroblastos em diferentes estágios maturativos e até com sinais de displasia, lembrando até mesmo uma SMD. Presença de vários Granulócitos Imaturos e até blastos, presença esta que poderia nos levar a pensar desde uma reação leucemóide até um quadro de leucemia.

Porém, ele também começou a perceber que havia leucócitos (Granulócitos Imaturos) de tamanhos grandes, maiores do que o normal, além do assincronismo maturativo.

Então o mesmo começou um trabalho investigativo em relação a uso de medicamentos por parte do paciente, e quando conseguiu falar com mesmo, se confirmou o que se suspeitava: o paciente estava em uso de “Citoneurin“, que é um medicamento a base de Vitaminas do Complexo B (B1, B6 e B12). O mesmo foi diagnosticado há algum tempo com “Anemia Megaloblástica“, que é uma patologia ligada à deficiência de Vitamina B12 e / ou Ácido Fólico, e estava em tratamento.

O nosso colega Guilherme compartilhou este Interessante Caso no Nosso Grupo de Estudo de Casos de Hematologia Avançada, e como comentou um outro colega “é difícil acreditar que B12 causou isso”!

O Uso dessa medicação explicou algumas informações que o hemograma nos passou, como o fato do VCM não estar acima dos valores de referência, pois como estava sendo tratado, já estava corrigindo esse índice, e o valor elevado de leucócitos com as alterações que já comentamos, também efeitos da hiperestimulação na medula óssea, por ação do Complexo vitamínico.

Mais uma vez mostramos como é importante unirmos o conhecimento que temos da Fisiopatologia, da Clínica e a nossa (do Laboratório) principal arma, que é a Citomorfologia Hematológica. Tudo isso misturado com Bastante “ATENÇÃO”, aí sim poderemos fazer o “Nosso Melhor” pelo próximo, que nesse caso é o Usuário dos Nossos Serviços Laboratoriais.

Parabéns Guilherme, e todos vocês que tanto se preocupam com a Qualidade do trabalho que exercem, e consequentemente do Serviço que ofertam à Sociedade.

Vamos Adiante!!! Um abraço em todos!

Como Diferenciar Monócitos, Promonócitos e Monoblastos?

Por: Humberto Medeiros e Válber Matias

Muitos de nossos Colegas Analistas não conseguem definir bem a Diferença entre estas células da Linhagem Monocítica. E devido a várias solicitações de que fizéssemos um Conteúdo explicando essa diferença entre eles, é que surgiu este Curto Vídeo.

Nele mostramos na Prática como fazer essa Distinção.

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